O Começo...



Sempre fui apaixonado por ciência. Nasci na década de 1960 e a ficção científica andava a passos largos, na televisão, no cinema, na literatura.
Me causa ainda algum espanto que eu tenha visto computadores na TV, fantásticos, distantes, inacessíveis, ficcionais, e hoje use um deles apara escrever esse texto.

Eu sou uma daquelas pessoas que nasceu no momento certo para presenciar a criação da "Era da Comunicação". Telefone celular era algo impensável para meu avô; meu pai não acreditaria em "touch screen".

Quando ouvi falar de impressoras 3D pela primeira vez, não pude evitar pensar nos "Sintetizadores de Matéria" da série Jornada nas Estrelas. Um aparelho quase mágico, que transformava matérias básicas e energia em, literalmente, qualquer coisa que a tripulação precisasse.
É claro, existem diferenças imensas entre o aparelho da ficção e as modernas impressoras 3D, mas essas diferenças são menores a cada dia.

Existem hoje impressoras 3D de várias funcionalidades. Algumas, usadas na engenharia, imprimem com concreto. A China tem imprimido casas e prédios! Na frança, imprimem chocolates. Na Alemanha, pontes. A NASA possui uma que imprime pizzas! Impressoras médicas imprimindo tecidos orgânicos. 
Vidros, metais, parece não haver limites para a impressão 3D.

Eu me apaixonei por uma das mais simples: aquela que utiliza plásticos como matéria-prima. No atual estágio de poluição da Terra, um impressora que reutilize plásticos descartáveis me parece o caminho para a solução do problema. Não há como desprezar uma ciência que transforma plásticos descartáveis, lixo doméstico, em bens de consumo, criados pelo próprio usuário!

Existem basicamente dois tipos de impressoras que utilizam plástico como matéria-prima: as que usam material líquido, em sua maioria resinas, e as que usam sólidos. 
As que usam resinas, SLA (Stereolithography) e DLP (Digital Light Processing) são extremamente dispendiosas, sendo usadas quase que exclusivamente por indústrias. Já as FDM (Fused Deposition Modeling) usam plásticos reciclados sólidos, muito mais baratos e fáceis de se obter.
Essas são divididas em quatro tipos, sendo os dois mais comuns as Deltas e Cartesianas. 



Dois anos atrás, desenvolvi um projeto para utilizar os resíduos plásticos domésticos diretamente em uma impressora 3D FDM de qualquer tipo, sem a necessidade de utilizar os filamentos plásticos comerciais - a matéria-prima que atualmente é vendida para alimentar as impressoras.

Com o sistema patenteado, decidi inscrever meu projeto em um patrocínio científico. Para tal, prestei vestibular e ingressei em um curso de Mecatrônica, onde consegui alguns excelentes professores interessados no projeto e, através deles, um apoio federal ao desenvolvimento científico.

Entretanto, isso ocorreu na mesma época em que o governo federal brasileiro estava diminuindo os apoios econômicos ao desenvolvimento de projetos de ciência e tecnologia. Sem apoio financeiro e com grande peso no coração, abandonei o curso e retirei meu projeto da esfera federal.  

Atualmente estou em Portugal, onde pretendo montar uma pequena empresa de desenvolvimento tecnológico, para produzir meu modelo de impressora.

Criei esse blog com a intenção de manter uma atualização constante sobre o meu projeto e, ao mesmo tempo, publicar testes, aprendizados e notícias, criando assim um local para troca de ideias e experiências.

Sejam bem vindos!

P.S. A imagem lá em cima é a logo de meu projeto e futura logo da empresa!
Créditos da criação da logo para o grande Adriano!!

Comentários

Postagens mais visitadas